"Formação para Músicos Católicos"

Ato Penitencial

MISSA - ATO PENITENCIAL

 

Bom, vou tentar falar um pouco sobre o 2º momento da missa: O Ato Penitencial.

“Em seguida, o sacerdote convida ao ato penitencial, o qual, após uma breve pausa de silêncio, é feito por toda a comunidade com uma fórmula de confissão geral e termina com a absolvição do sacerdote; esta absolvição, porém, carece da eficácia do sacramento da penitência“. (IGMR - Instrução Geral do Missal Romano)

Eu costumo dizer que em algumas partes da missa nós nunca podemos deixar de usar as “fórmulas“, caso contrário ficaríamos fora de um contexto já definido pela Igreja e por toda a sua liturgia. E o Ato Penitencial é mais um desses momentos em que “devemos” utilizar dessas fórmulas.

O que são fórmulas?
São como que regras, “partes fixas”, onde devemos seguir uma linha de raciocínio já estabelecida pela Igreja. Em outras palavras é assim: não devemos mudar o conteúdo das letras ou pelo menos não mudar a essência ou sua parte principal.

No caso do Ato Penitencial nós aclamamos e reconhecemos a bondade de Cristo e pedimos Sua misericórdia.
E segundo o missal romano temos as seguintes possibilidades para fazê-lo:

1. Em forma de ladainha
2. E utilizando a fórmula: Confesso a Deus

Em forma de ladainha, onde a fórmula é a seguinte:
Senhor tende piedade / Cristo tende piedade / Senhor tende piedade.

Vejam só um detalhe interessante à saber: (segundo o Missal Romano também…)
Cada uma das aclamações diz-se normalmente duas vezes, o que não exclui, porém, um maior número, de acordo com a índole de cada língua, da arte musical ou das circunstâncias“.

Trata-se do Kyrie, que é uma aclamação a Cristo-Senhor, que como já dito acima, reconhecemos a bondade e misericórdia do Senhor, ao mesmo tempo que reconhecemos nossa fraqueza e limitação.
Ele é o Kyrie, o Senhor, maior que nossas limitações e falhas.

Para que esse rito atinja seu total significado teológico litúrgico seria ideal que o solista propusesse as invocações a Cristo Senhor e toda assembléia respondesse “Tende piedade de nós”.
As invocações previstas pelo missal romano são variadas conforme o tempo litúrgico. Contudo, isso não impede que nossas equipes ministeriais de liturgia e canto, seguindo a mesma teologia do rito, evidenciada e proposta no esquema apresentado no missal romano e a liturgia da Palavra de cada celebração componham invocações que traduzam a palavra de Deus e a realidade da comunidade celebrante
.” (Texto extraído do CD de liturgia da Comunidade Recado).

A outra fórmula do Ato Penitencial é o “Confesso a Deus” - também prevista no missal romano acrescido da invocação ” Piedade de nós”, conforme o modelo abaixo:

Confesso a Deus todo-poderoso e a vós irmãos e irmãs, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e omissões, por minha culpa, minha tão grande culpa. E peço à Virgem Maria, aos anjos e santos e a vós, irmãos e irmãs, que rogueis por mim a Deus nosso Senhor.
S.: Deus todo poderoso tenha compaixão de nós, perdoe os nossos pecados e nos conduza à vida eterna.
T.: Amém.
Senhor, tende piedade de nós!
Cristo, tende piedade de nós!
Senhor, tende piedade de nós!

Não é necessário que este canto seja muito “Florido”. A simplicidade é a melhor forma de expressar o arrependimento. A música deve lembrar-nos que somos pecadores e precisamos da misericórdia de Deus.

Outro motivo de não “florearmos” muito este canto é justamente porque devemos guardar nos momentos próprios, O SILÊNCIO SAGRADO, também citado no Missal Romano, onde a natureza deste silêncio depende do momento em que ele é observado no decurso da celebração. Assim, no Ato Penitencial e a seguir ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior.

Por isso, do meu ponto de vista é primordial que nós músicos criemos um ambiente de simplicidade enquanto executamos nossa música, pois adicionando muitos instrumentos, vozes e acima de tudo “muito barulho” fica difícil mergulharmos no mistério do silêncio sagrado.

Outra coisa que todo músico deve estar atento é que temos também o Tempo Pascal, onde ao invés do padre fazer o costumado ato penitencial pode-se fazer, por vezes, a bênção e a aspersão da água em memória do batismo.

Neste caso é interessante termos em mãos músicas próprias de aspersão ou batismo, conforme acordado com as equipes ministeriais de liturgia e canto.

Certas coisas são difíceis de conciliar, por exemplo tocar e cantar, mas ainda: enquanto fazemos isso devemos ao mesmo tempo vivenciar o momento em que estamos, ou seja, nós músicos não estamos apenas cantando para a assembléia, mas estamos PARTICIPANDO da Santa Missa e por isso precisamos pedir perdão também.
Não estamos ali apenas tocando para as pessoas, mas é também um momento de interiorização e reflexão para nós. Por isso, não perca a oportunidade de pedir perdão ao Senhor.

Assim, como em toda a missa não é momento para brincadeiras ou conversas. Não é momento de se preocupar com qual música será tocada depois ou preocupar-se excessivamente com a parte técnica que será executada, caso contrário você acabará não vivenciando esse momento tão lindo da Santa Missa.

Precisamos ainda, ter a sensibilidade de ver se o Padre quer fazer parte conosco, por exemplo: é comum vermos padres carismáticos cantando ou conduzindo orações enquanto fazemos um solo ao fundo.
Tudo isso deve ser acertado de preferência antes da celebração para evitar qualquer tipo de desespero ou preocupação. Lembre-se: tudo deve ser feito com muita simplicidade.

Após recebermos o perdão de Deus, concedido por sua infinita bondade através da invocação do Sacerdote, estaremos aptos à 3ª parte da Santa Missa: O Hino de Louvor - O Glória, nosso próximo tema.

Deus abençoe!
Jorge

Fonte: Oficina da Música Católica.

https://blog.oficinadamusicacatolica.com/

Procurar no site

Formação para Músicos Católicos © 2010 Todos os direitos reservados.